enfim chegamos de manhã em Brasília. depois de tanto tempo de cidade com seis mil habitantes, cidade grande parece cenário de filme distópico. a rodoviária em que o ônibus chega ainda é toda bonitona e limpa e grande e árida, mas não tem um banco senão as cadeiras das lanchonetes. tinha ônibus saindo para Alto Paraíso 14h30 e depois só 21h. o primeiro pela rodoviária central (o terminal urbano) e o outro daquela rodoviária mesmo. o problema era que eu ainda tinha que resolver a epopeia CAIXA e não dava para ter certeza de que ia dar tudo certo em tempo para o ônibus da tarde. o jeito foi deixar as malas no guarda-volumes e tomar o metrô para a rodoviária central (estação central do metrô). dali tinha uma Caixa no shopping ao lado. nunca pensei que eu estaria fazendo fila na porta do banco às oito e meia da manhã. mas pois. deu tudo certo, fui das primeiras a ser atendidas e ainda eram 10h30. o jeito era aproveitar que estávamos ali no miolo de tudo e dar uma volta (uma longa volta) por esse monte de obra do Niemeyer. (perdoa as fotos sem vergonha de celular; a câmera de verdade tinha ficado no guarda-volumes.)
a volta foi debaixo de um sol cruel e a distância pareceu dobrada. meu amigo diplomata já tinha achado bem maluco que a gente tivesse ido andando desde a rodoviária central até ali. Brasília é uma cidade árida; não sei se pelo excesso de asfalto ou por essas distâncias desmedidas, as avenidas largas, essa terra vermelha. ou tudo isso. sei que eu estava querendo ir logo embora dali. ainda perdi minha blusa quentinha (de usar no ar condicionado desses ônibus de madrugada). deu tempo de comprar a passagem para o ônibus das 14h30, voltar para a rodoviária interestadual, almoçar por ali, pegar as malas e tomar o metrô outra vez de volta à rodoviária central. e pensar que precisava voltar logo para uma cidade com menos de dez mil habitantes.