amizade de mochileiro e o cão louco de pedra

incrível como fácil se unem os viajantes mochileiros sozinhos ou nem tanto e sempre um novo grupo, conversar até tarde da noite ou brincadeiras que a gente costuma fazer com os amigos de mais tempo. amizade de mochileiro é uma questão à parte. o rapaz que nos acompanhou a El Mollar foi embora e chegou no fim do dia outro de Buenos Aires que já à noite éramos todos amigos. no dia seguinte Marcela precisava se preparar pra uma entrevista de emprego via skype, ficou com meu computador no hostel e eu, Andressa e Federico tocamos para subir o Cerro de la Cruz, donde se tem a vista do povoado e de todo o vale. igual ao dia anterior um montão de cães vão se juntando a nós pelo caminho, e desde o princípio claro que a Lola, que vive no hostel sem ser convidada e voltou desde El Mollar sozinha depois que a deixamos na praça pra tomar o ônibus. também outros dois que se meteram a acompanhar o grupo antes que a gente atravessasse a ponte.

pelo caminho o mais baixinho dos cães dava de brincar loucamente com as pedras grandes da trilha, rodando e rosnando morro abaixo. em um momento se dava conta de que estava indo muito longe e voltava, seguia feliz até escolher outra pedra e rosnar e rodar e latir. se não encontrava pedra parava ao nosso lado e latia latia latia sem parar até que alguém lhe desse atenção (e de preferência uma pedra).

porque no topo aquele vento forte e toda a vista do vale desde El Mollar e o dique La Angostura até as partes mais altas de Tafí e um verdinho tímido de começo de primavera. os cachorros contentes observando a vista e o louco da pedra latindo latindo porque cismou que Federico tinha que brincar com ele e onde estavam as pedras naquela droga de morro? de fato tinha era muito cocô de cavalo e de vaca, mas as pedras tinham ficado pra trás. no que foram alguns bons minutos com aquele louco latindo sem a gente saber que fazer pra ele parar. na volta ele ainda pegou uma bosta seca de vaca do tamanho da cabeça dele e saiu brincando feliz da vida. depois pedras e mais pedras quando no pé do morro. Federico decidiu caminhar até El Mollar e eu a Andressa voltamos ao hostel pra passar o resto da tarde lendo e descansando. a feliz surpresa do dia: antes da ponte cruzamos com o cachorro branco, são e salvo e saltitante, que vinha seguindo mais um grupo de turista.

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