convenhamos: eu estava mal acostumada de boa companhia. de repente me bateu uma solidão bem grande e pesada, e San Marcos Sierra estava parecendo um povoado meio tedioso. cheguei pro fim de semana largo, que é quando fazem feriado na segunda-feira pra compensar qualquer feriado que cai no fim de semana ou na sexta-feira (também não entendo). no sábado estava tudo lotado: o rio, a praça, as ruas, os restaurantes. saí pra ir ao rio e meditar um pouco pensando que tudo o que eu mais queria naquele momento era um livro pra ler. no rio San Marcos conheci um casal de Tucumán apaixonado pelo Brasil: Veronica e Rodolfo. com eles fui ao rio Quilpo, de carro, a 4 km do centro. paramos no segundo camping, que estava tão cheio quanto o primeiro, mas deu pra encontrar uma sombrinha pro carro e uma descidinha pro rio. sombra perto do rio que era mei inexistente; senão debaixo duns arbustos cheios de espinhos. nadamos, tomamos sol, ficamos ali bem à toa como manda o calendário.
depois nos metemos pela estrada e fizemos uma visita em Capilla del Monte. o Rodolfo nos fez escolher uma runa numa das bancas da feira de artesanato e me saiu a othila, que aparentemente me queria dizer pra enterrar o passado e seguir adiante. ainda à noite nos juntamos num dos restaurantes e assistimos à vitória do Racing sobre o River. Racing assumiu a liderança do campeonato. domingo eles foram embora cedo e me disseram que eu tinha que ir a Tucumán passar uns dias com eles. estava quase convencida, confesso. era mei fora de mão, mas que fazer com esse vazio que fica quando a gente desaprende a conviver consigo mesmo? mas fiquei, e aí vêm os equívocos, depois de uns dias lindos e caminhar ao rio Quilpo e se meter pela quebrada do rio San Marcos mas depois se dar conta de que não era bem assim. digamos: uma semana equivocada. vocês me desculpem mas eu não quero falar sobre isso (e não é pra assustar e achar que é coisa grave e ai que aconteceu tá tudo bem etc porque não, não é nada demais; só um passo em falso e vontade de mandar tudo à merda). não vou dizer que tinha que ter ido a Tucumán porque com os equívocos e com o ódio também a gente aprende. (quando a gente acha que sabe tudo sempre vem a vida pra acertar uma patada na fuça.) no sábado mandei mensagem a meus amigos de Valle Hermoso e disseram que venha, venha, e no domingo eu fui. tomei o Sarmiento que seguia direto pela ruta 38 até Córdoba e desci em Valle na boa e velha parada do cemitério, onde já me esperava minha amiga Dani.