porque aprender um idioma novo, completamente novo, é um troço terrivelmente divertido e terrivelmente cansativo. sempre palavras novas, construções novas e aprender mais a cada dia e errar mais a cada dia e essa incapacidade de expressar o que você quer dizer sem olhar no dicionário ou ficar meia hora com o olhar perdido montando uma frase na cabeça enquanto a outra pessoa espera uma resposta. capow. aí que hoje fui escalar sem o oliver que tinha suas burocracias pra resolver e veio um senhorzinho puxar papo quando eu estava fazendo boulder, perguntar se ele estava me atrapalhando. “bininweg?”, ele perguntou, e eu obviamente não entendi nada. pedi desculpas e disse no meu melhor hochdeutsch que meu alemão era schlecht (ruim). ele repetiu “bin ich im Weg?” (algo como “estou no caminho?”) e eu disse que não, não. nein nein. (alemão obviamente avançadíssimo.) depois ele veio ainda muito paciente me dar umas dicas e dizer que sim, aquela rota que eu estava tentando fazer era mesmo muito difícil, mão direita ali, mão esquerda ali etc. não vou dizer que entendia tudo mas acho que entendia o suficiente e arrisquei umas respostas enquanto ele me contava que estava voltando depois de muito tempo parado e que tinha feito uma cirurgia no ombro. mais tarde um dos seus companheiros deve ter ouvido meu sotaque sofrível porque perguntou se eu falava espanhol e aproveitou pra praticar comigo um pouquinho do idioma. (ckeckpoint, pause etc.) acho que, entre aulas, ajuda do oliver, fiscal de ticket no trem perguntando de onde e pra onde eu estou indo, e dicas de escalada por velhinhos atletas, estou avançando. mas, fooo. tem horas que o cérebro dá uns nós que nem o inglês salva.