a academia é o cabresto do pensamento. é eterna e insistente reescrita do que já foi escrito e 100 páginas analisando a análise de um texto alheio (também conhecido como dissertação de mestrado). é citar crítico citando outros autores e por aí adiante. a academia é uma biblioteca gigantesca em que todos os livros fazem referências a outros livros que fazem referências a outros livros; os originais estão – devem estar – guardados em algum andar subterrâneo. de qualquer forma, poucos se atrevem a lê-los. isso seria – tremei! – uma tese de doutorado; e ainda assim é preciso mesmo muita coragem pra escrever qualquer coisa nas humanidades que já não tenha antes sido escrita por outro nome de peso, sem argumento de autoridade, sem Roberto Schwarz em seu trono de livros dizendo que pode.